sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O Massacre de Jonestown

O Maior Suicídio Coletivo da História Moderna, O Massacre de Jonestown.

Agora vou contar o massacre coletivo que ocorreu em 18 de novembro de 1978, quando 914 pessoas morreram em Jonestown uma pequena comunidade agrícola em Guiana e que foi liderada pelo carismático lpíder Jim Jones.

Faz quase 38 anos que aconteceu o Massacre de Jonestown e algumas perguntas ainda estão no ar como as 909 pessoas realmente cometeram suicídio ou foram assassinadas? Vamos entender um pouco sobre a vida de Jim Jones, sua seita, o Templo do Povo,Porque fugiram para a Guiana, o catalizador das mortes, que foi a visita do congressista que acabou morrendo numa emboscada, o suicídio e as teorias da conspiração.

Jim Jones
Jim Jones

James Warren Jones nasceu em 1931 no pequeno povoado de Lynn, Indiana. Seu pai era racista e por toda vida foi membro da Ku Klux Klan, enquanto sua mãe escandalizava os habitantes locais usando calças compridas e fumando pelas ruas. Jones casou-se com 16 anos e foi para a Universidade estudar medicina aos 18 anos. Um ano mais tarde, a deixou para fundar sua própria igreja, que posteriormente se converteria no Templo do Povo.Embora não fosse ordenado como pastor, Jones trabalhou duramente para trazer a utopia a seu desventurado rebanho, proporcionando educação gratuita, cuidados médicos e emprego. Contrariando outro lideres de religiões, não canalizou os fundos da seita (cobravam 20% dos ganhos dos fiéis) para luxo próprio. O preço que ele cobrava pela filantropia era a obediência total, que conseguiu por um sermão carismático, onde frisava para seus seguidos a dependência que eles tinham dele. Mais tarde, recorreu ao terror utilizando sexo e a violência para exercer o controle sobre os membros de sua seita.


O Templo do Povo
Jim Jones Fundador do Templo do Povo

O Templo do Povo foi formado em Indianópolis, Indiana, em meados dos anos 1950. Era um templo esquerdista, que pretendia praticar o que é chamado “socialismo apostólico”. Ao fazê-lo, o Templo pregou que “aqueles que permanecessem drogados com o ópio da religião tem que ser trazido para a iluminação  o socialismo“. No início de 1960, Jones visitou a Guiana  então ainda colônia britânica  enquanto estava no caminho para o estabelecimento de uma missão de curta duração do Templo no Brasil. Em 1962 Jones e a família viveram 1 ano em Belo Horizonte-MG. Depois que Jone recebeu críticas consideráveis em Indiana por suas opiniões integracionistas  estamos nos EUA e o racismo era forte na época. O Templo se mudou para Redwood Valley, California em 1965. No início de 1970, o Templo dos Povos abriu outros ramos em Bay View La Romaine, incluindo San Fernando e San Francisco. Em meados de 1970, o Templo mudou sua sede para San Francisco.
Cartas chamando fiéis para a igreja

Religião com Política

Jones converteu-se numa força política considerável quando o Templo do Povo começou a atrair os brancos ricos de mentalidade liberal.Os membro do Templo do Povo votavam em quem o carismático Jones pedia, como ovelhas bem pastoreadas seguem o pastor, e assim, choviam políticos batendo a sua porta.Em 1975, George Moscone, candidato a prefeito de São Francisco bateu a sua porta e Jones ordenou aos fiéis que votassem nele. Conseguiu ele Moscone com uma vantagem de 4 mil votos, bem influente Jones ficou por causa de seus fiéis. Moscone designou Jones como o Presidente da Comissão do Orgão de Habitação de San Francisco. Diferente de outras figuras consideradas como líderes de cultos, Jones contou com o apoio do público e contato com alguns dos maiores políticos de nível nos Estados Unidos. Por exemplo, Jones se encontrou com o vice-presidente Walter Mondale e a primeira dama Rosalynn Carter várias vezes. Governador Jerry Brown, vice-governador Mervyn Dymally, e deputado Willie Brown, entre outros, participaram de um grande jantar de homenagem em honra de Jones em setembro de 1976.


George Moscone e Jim Jones















 Outra Face de Jones
Outra face do Santo Jim Jones


Apesar de desfrutar de bom homem com políticos, nem tudo era alegria na vida de Jones. Vários desertores do alto escalão do Templo do Povo haviam revelado para a imprensa a face negra da igreja. Eles falaram que ocorriam entre outras coisas, abusos sexuais e lavagem cerebral. Até assassinatos ocorriam. Quem quisesse deixar o Templo do Povo era assassinato. Um exemplo foi Bob Houston, um membro do Templo cujo corpo mutilado foi encontrado perto de trilhos de trem em 5 de Outubro de 1976, três dias depois de uma conversa telefônica gravada conversando com ex-mulher onde discutiam sair do Templo. Havia até o boato de que o Congresso dos EUA iniciassem uma investigação contra o Templo do Povo. Foi ai que a paranoia de Jones começou a se intensificar. Ele achava que o Governo do EUA o perseguia e a preparação para apocalipse (apocalipse que na verdade seria quando fosse revelado o verdadeiro Jim Jones para todo mundo, caindo por terra aquela imagem de homem santo)  converteu-se numa das características da igreja. O apocalipse seria concretizado com um ato extremo: o suicídio revolucionário.

Fuga para a Guiana
Dos EUA para Guiana


 No outono de 1973, após críticas de jornais por Lester Kinsolving e a deserção de oito membros do Templo, Jone e o membro do Templo Tim Stoen prepararam uma “ação imediata”, um plano de contingência para responder a policia ou a repressão da mídia. O plano listava várias opções, incluindo fuga para o Canadá ou um “post missionário no Caribe”, como Barbados ou Trinidad. O Templo rapidamente escolheu Guiana. Em outubro de 1973, os diretores do Templo dos Povos aprovaram uma resolução para estabelecer uma missão agrícola lá. Em 1974, depois de viajar para uma área do noroeste da Guiana com funcionários guianenses, Jones e o Templo dos Povos negociaram um contrato de arrendamento de uma área com mais de 3.800 acres (15,4 km²) de terra na selva localizado a 240 km a oeste da capital da Guiana de Georgetown. O local foi isolado e tinha um solo de baixa fertilidade, mesmo para os padrões da Guiana. O corpo de água mais próxima era ficava a 11 km de distância com estradas lamacentas levando até lá. Jones resolve em 1977 partir para a Guiana, esperando assim fugir das investigações sobre os abusos descritos pelos desertores. A viagem não foi nada fácil para esse pessoal de pegaram um ônibus para sair de São Francisco foram até a costa oeste e foram para miami, na costa leste dos EUA e de la pegaram o avião para Georgetown, a capital de Guiana e depois um barco que navegou por 24 horas até chegar em Port Kaituma, o lugar civilizado mais próximo de Jonestown. E assim estavam literalmente no meio do nada mesmo.

Guiana Melhor lugar para abriga-los
Placa de Bem Vinda de Jonestown


O Templo escolheu mudar-se para Guiana, um país da América do Sul, por causa das políticas socialistas do país, que se deslocavam mais para a esquerda. O ex-membro do Templo Tim Carter declarou que outras razões para a escolha da Guiana era que o Templo via uma posição dominante racista nos EUA e que no país haviam corporações multinacionais. Tim Carter disse que o Templo concluiu que a Guiana, um país socialista, com predominantemente indígena, e que falava inglês, proporcionaria aos membros negros do Templo um lugar tranquilo para viver. Jones também pensou que a Guiana, com um governo composto por líderes negros, era pequeno e pobre que era o suficiente para obter influência e proteção oficial sem problemas. E mais, a localização de Jonestown foi vantajosa não só para Jones, mas para o governo da Guiana, que tinha medo de ser invadido pela vizinha Venezuela. Com o acordo, a Venezuela não estaria disposta a montar uma incursão militar na Guiana arriscando matar civis americanos. Assim ficou bom para os dois lados um tipo de acordo bem sucedido. O primeiro-ministro guianês Forbes Burnham com suas palavras afirmou que Jones “queria usar cooperativas como base para o estabelecimento do socialismo.”

Vida em Jonestown

Jonestown foi erguido no meio do nada, na floresta, bem rapidamente. Era um pequeno projeto agrícola, que parecia ter de tudo, escolas, um hospital, oficinas de artesanato e uma cerca de segurança de arame farpado patrulhada por guardas armados para proteger a seita das forças externas que queriam “destruí-los”. Havia também um conjunto de casas construídas para os membros da seita Templo do Povo. Jones era um líder carismático, que dava o que seu povo precisava. Todos eram iguais. Era o sonho socialista dele se realizando. Em troca da vida boa, Jones cobrava lealdade de seus seguidores. E claro como todo lugar tinha a sua regras que sua vez foi feita pelo bom homem Jones.

– Tentar fugir de Jonestown
– Falar mal do pastor Jim Jones
– Sentir saudade da família
– qualquer coisa que remeta ao capitalismo
– Tem de produzir no campo, senão é preguiçoso
O soviético Feodor Timofeyev visitou a comunidade em 1978 e disse que era a “primeira comunidade socialista e comunista da Estados Unidos da América, na Guiana e no mundo.”


Mas como todo lugar nem todo mundo estava feliz em viver na comunidade de Jonestown, e os relatos de abusos continuavam chegando nos Estados Unidos e os familiares das pessoas que viviam em Jonestown diziam que elas não podiam deixar o local e sofriam abusos. E claro que chamou a atenção de um congressista de São Francisco, local de onde Jones fugiu chamado Leo Ryan. Ryan começou a investigar esses relatos e ficou convencido de que deveria visitar o local junto com repórteres e parentes preocupados para ver o que estava realmente ocorrendo lá como escravidão e controle mental em Jonestown.


Crianças de Jonestown e Jones















A visita 
Congressista Leo Ryan


Em 14 de Novembro de 1978, o Ryan viajou para Jonestown, juntamente com uma delegação de dezoito pessoas. Jim Jones fica maluco, e pergunta se existe algum meio de deter a comitiva com o congressista, jornalista e parentes preocupados. Não havia meio, ele não tinha controle sobre eles. No dia 17 de novembro finalmente chegaram, e foram recebidos com uma festa, onde todos pareciam muito felizes. Quando indagavam as pessoas que lá moravam se gostavam, todas respondiam sorridentes que lá era o melhor lugar do mundo, que amavam. Mas na verdade não era assim, um homem chegou e entregou um bilhete para um dos membros da comitiva e dizendo que queria ir embora daquele lugar.  O congressista Leo Ryan lê e indaga Jones, que não acredita. Então outras pessoas começam a pedir para ir embora do local. No dia seguinte, o congressista Ryan foi atacado com uma faca e resolve ir embora imediatamente do local. Eles aceitaram levar todo mundo que quis ir, inclusive Jim Layton, conhecido como “robô de Jones” e partem para o pequeno aeroporto de Port Kaituma. Mas Jones era paranoico e achava que as autoridades americanas estavam o perseguindo e aquela vista de Ryan foi a gota d' água.

Ataque ao Avião
Corpo do congressista e outras pessoas que foram atacadas por membros do Templo do Povos.


Quando o grupo, composto por Ryan, os repórteres e 15 residentes, estava na pista de pouso, entrado nos dois pequenos aviões, foram surpreendidos. Eles foram seguidos secretamente durante o trajeto de 10 quilômetros, e um caminhão de Jones entra no asfalto do aeroporto e começa a atirar com armas automáticas nas pessoas. O “robô de Jones”, Jim Layton, que já estava dentro do avião, saca uma arma e começa a atirar. Durante 5 minutos o tiroteio continua, resultando na morte de 5 pessoas, incluindo o congressista Leo Ryan, 3 jornalistas e um dissidente. As impressionante cenas foram gravadas por um repórter que estava no local.

O Suicídio Coletivo 


Depois do ataque ao avião e morte de 5 pessoas, Jim Jones então resolve colocar em pratica o que ele chamava de " Suicídio Revolucionário", o suicídio coletivo. Ele por diversas vezes falava para seus seguidos desse ato de suicídio revolucionário, e inclusive fazia as chamadas “Noites Brancas”, nas quais seus seguidores eram persuadidos a tomar poções “venenosas” que, na época, era bastante inofensivas mas que nunca tinha levado ninguém a morte.  Só que dessa vez foi diferente. Pouco depois das 5 horas da tarde, ele ordenou que membros da comunidade do Templo do Povo verterem ampolas de cianureto em jarras de refresco para o suicídio. Primeiro, ele fez os pais darem a bebida a seus filhos, que depois de algum tempo, morriam em seus braços. Essa cena durou 20 minutos de acordo com uma das únicas 3 testemunhas que sobreviveram, Odell Rhodes. Depois foi a vez dos adultos um por um ate morrerem. Jones foi esperto matando as crianças primeiro, pois muitos pais estavam abalados com a morte dos filhos e tomariam o veneno junto com seus filhos. Se fizessem ao contrário, com certeza muitos não tomariam. O ato levo a morte de 909, inclusive Jones, encontrado com um tiro na cabeça. No total, 914 pessoas morreram naquele dia. Odell Rhodes, a testemunha que escapou correu para Port Kaituma, dando o alarme ao exército da Guiana, que chegou no local 2 dias depois e se deparou com a horrível cena de centenas de corpos caídos no chão. Rhodes ficou abalado, voltou para os EUA e a heroína (ele havia sido tirado das drogas por Jones) e morreu de overdose. Assim, dia 18 de novembro de 1978, ocorreu a maior perda de vidas de civis norte-americanas em desastres não naturais até os ataques de 11 de setembro e o pior suicídio em massa dos tempos modernos.


O Massacre,909 pessoas 
Atualmente nada mais resta do acampamento. A selva amazônica retomou a área e os índios nativos recolheram os materiais das construções.

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